O buraco negro no centro da nossa galáxia.

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Aos Burgueses Industriais

Nós, ficamos com o calos
e vocês compram novos carros.
Os seus produtos vocês vendem caro,
mas quem fabricou foram seus escravos.

Nós, pagamos o preço
das suas casas em bons endereços.
Enquanto vocês dormem tranqüilos,
tomamos remédios anti-depressivos.

Burgueses industriais
nos exploram como animais
Pra quê tanta ganância?
Não vêem que nos roubam toda esperança?

O nosso horário de almoço,
mais parece um grito de socorro!
As filosofias de nossos irmãos,
se foram com o brilho da televisão.

Foi tudo muito bem planejado,
pra sermos tratados como gado.
Marcados com códigos de barras…
Suas modernas amarras.

Burgueses industriais
nos exploram como animais
Pra quê tanta ganância?
Não vêem que nos roubam toda esperança?

[Tédio, calor,
cansaço,
e dor.]

Morto Por Dentro, Vivo Por Fora

Me transformaram num zumbi…
Tenho que pagar impostos
para ter minha moto.

Trabalhar para consumir…
Quero uma casa própria
e uma vida sóbria.

Nada de sonhos extravagantes,
só os retratos nas estantes.
Nada de ser inconsequente,
ser aceito socialmente.

Morto por dentro, vivo por fora.
Mas que demora… Mas que demora…
Quando é que chega a minha hora?
Quero ir embora… Me levem agora…

Estou cansado de tudo isso…
A vida é um vício,
ou será uma droga?

Difícil de financiar…
E, que no final
vai nos matar.

Um carro de 50 mil,
uma empresa que faliu.
Trabalhadores se mataram,
os filhos não se conformaram.

Morto por dentro, vivo por fora.
Mas que demora… Mas que demora…
Quando é que chega a minha hora?
Quero ir embora… Me levem agora…

Morto por dentro, vivo por fora.
Mas que demora… Mas que demora…
Quando é que chega a minha hora?
Quero ir embora… Minha alma chora.

Medo

Eu tenho medo de errar.
Eu tenho medo de perder.
Eu tenho medo de amar.
Eu tenho medo de sofrer.
Eu tenho medo de ter medo.
Eu tenho medo de não conseguir.
Eu tenho medo de guardar segredo.
Eu tenho medo de me ferir.
Eu tenho medo da morte e da vida.
Eu tenho medo da vida adulta.
Eu tenho medo de ficar sem saída.
Eu tenho medo de sentir culpa.
Eu tenho medo do passado, presente e futuro.
Eu tenho medo de não me sentir seguro.
Eu tenho medo de ficar em cima do muro.
Eu tenho medo de demônios.
Eu tenho medo de mim mesmo.

Não consigo ser pleno em nada.
Tenho medo de tudo.
Medo da vida.
Medo do mundo.
Quero sentir a sensação de ser livre.
Todos os dias em todos os segundos.
Sem ser escravo de fobias.
Sem esse medo imundo.

Pensativo, pensando, refletindo, rindo sozinho…

Tem um demônio e um anjo,
um sobre cada ombro,
soprando e gritando aos meus ouvidos.
O demônio sempre fala mais alto.
O anjo é muito pacífico, aconselha cantarolando.
O demônio é explosivo, impulsivo, quer foder com tudo.
Nunca sei direito a quem devo escutar…
Quero mais é que ambos se fodam.
Agarro os dois pelas bolas,
e faço um bem bolado.
Uso aquele que convém no momento em que convir.
Numa hora uso o anjo, na outra, o demônio.
Quando na verdade, às vezes,
acho mesmo que quem é o usado nessa história,
… sou eu, sem dúvida alguma.

Errando Outra Vez

A vista
embaçada,
agora
está mais clara

Sempre tento
errar menos,
até os
erros pequenos

Mas, é muito raro
eu obter sucesso.
Quando menos quero,
lá estou eu,
errando outra vez

Pessoas
nas calçadas,
só querem
ser notadas…

Em meio ao
trânsito violento…
Acabou
meu argumento!

Mas, é muito raro
eu obter sucesso.
Quando menos quero,
lá estou eu,
errando outra vez

“O pior erro do ser humano é pensar demais.”

Você está vivo e está pagando o preço.
Ninguém mandou nascer neste planeta
obscuramente egoísta e frio, de vidas pequenas e sem sentido,
que se perdem com o passar do tempo.

Estamos todos ligados por um fio invisível,
que tentamos ignorar o tempo todo para não sofrermos.

O mundo lá fora ou o mundo aqui dentro…
Aonde quer que você vá, vai sentir um gosto igual.
Igual a nascer, igual a morrer, igual a viver.
Sinto que o pior erro do ser humano é pensar demais.